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quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Bugatti Veyron: o guia definitivo com todas as edições especiais lançadas até hoje






Lançado em 2005, o Bugatti Veyron está perto de completar 10 anos de vida. Você pode amá-lo ou detestá-lo, mas é inegável que o Veyron é um dos marcos automotivos dos últimos anos. O hipercarro é superlativo em tudo — potência, mecânica, desempenho, peso e preço. Mas há outra coisa na qual o Veyron provavelmente supera todos os outros carros: no número de edições especiais. E nós vamos falar de todas elas, uma a uma, neste post.
A semente para o Veyron foi plantada em 1998, quando a VW adquiriu os direitos sobre o nome Bugatti. A empresa fundada por Ettore Bugatti destacou-se, desde o início, pelo desempenho de seus carros de corrida e pelo alto preço e exclusividade de seus automóveis de luxo. A VW decidiu juntar as duas coisas e, em 1999 apresentou o conceito EB 18.4 Veyron, com um motor de 18 cilindros em W (!) de 555 cv.


Depois de seis anos de desenvolvimento, a Bugatti apresentou o Veyron ao mundo em 2005. As especificações você talvez já tenha decorado: um motor de 16 cilindros e 64 válvulas que, alimentado por quatro turbocompressores, entrega 1.001 cv — e precisa ser resfriado por dez radiadores. Com ele, o Veyron é capaz de acelerar até os 100 km/h em 2,46 segundos e chegar aos 408 km/h — mesmo pesando nada saudáveis 1.888 kg.
É possível conseguir um desempenho absurdo assim sem um motor tão exagerado — o maior concorrente do Veyron, o Hennessey Venom GT, prova isto com V8 biturbo de 1.244 cv. Acontece que o Veyron é mais uma afirmação sobre rodas do que um carro feito para correr: com ele, a VW disse “nós podemos criar o carro mais rápido, mais extremo, de engenharia mais complexa e mais caro do mundo” e cumpriu sua palavra.
A questão é que um carro tão monstruosamente caro de se vender — o Veyron custa, em média, o equivalente a quase R$ 6 milhões — também é monstruosamente caro de se construir. E o resultado é um prejuízo de quase $ 17 milhões para a VW a cada Veyron vendido, de acordo com o site The Economist — um prejuízo de mais de seis bilhões de reais desde 2005.

Sendo assim, mesmo para uma empresa do tamanho da VW — que também lucra na casa dos bilhões —, não é má ideia tentar recuperar um pouco do prejuízo, não é? Talvez seja por isso que o Veyron tem mais de 20 edições especiais, além de um abrangente programa de personalização que permite aos abastados clientes escolher entre uma enorme gama de materiais, texturas e cores por todo o carro. Neste sentido, cada um dos 407 Veyron que foram vendidos até 2013 é único.
Mas chega de papo. Agora, vamos ver (quase) tudo o que a Bugatti andou fazendo nos últimos anos para tornar o Veyron ainda mais desejável, exclusivo e caro.

2007 — Bugatti Veyron Pur Sang

No Salão de Frankfurt de 2007 a Bugatti apresentou a primeira edição limitada do Veyron. Limitado a cinco unidades, ele não trazia alterações mecânicas — apenas a carroceria de alumínio e fibra de carbono totalmente exposta, sem pintura alguma. Puro-sangue, de fato!

2007 — Bugati Veyron Pegaso Edition

Ainda em 2007, um rico morador de Dubai ficou insatisfeito ao não conseguir comprar um dos 5 Veyron Pur Sang. O que ele fez? Usou o dinheiro para resolver o problema! Com a quantia certa, a Bugatti faz o que você quiser em seu Veyron antes de entregá-lo, e este cara quis um Veyron com pintura especial em branco perolizado e vermelho metálico, além de um interior personalizado com os emblemas da Pegaso. Originária da Espanha, a Pegaso foi uma fabricante de esportivos que, na década de 50, fabricou o Z-102 — que foi por alguns meses o carro mais rápido do mundo.
Dizem que o Pegaso também recebeu um upgrade de potência para chegar aos 1.200 cv, mas esta informação não foi confirmada (e nem desmentida) pela Bugatti.

2008 — Bugatti Veyron FBG par Hermès

Inspirado nas criações da grife francesa Hermès, esta edição especial foi apresentada no Salão de Genebra de 2008. A Hermès costumava cuidar do acabamento dos carros da Bugatti na década de 20, e o Bugatti Veyron FBG par Hermès recebia, além de cinco esquemas de cores diferenciados, uma carteira e uma valise de couro da grife.

2008 — Bugatti Veyron Sang Noir

Para homenagear o Bugatti Type 57 Atlantic (a maior preciosidade da coleção de Ralph Lauren), a companhia lançou esta série limitada de 15 unidades. Todos os carros vieram em uma combinação de preto com fibra de carbono exposta e interior em couro laranja — mas nenhuma modificação mecânica.

2009 — Bugatti Veyron Bleu Centenaire

O ano de 2009 marcou o centenário da fundação Bugatti Automobili original. Para celebrar, a marca lançou a edição especial Bleu Centenaire. O grande diferencial aqui é a cor: o clássico azul Bugatti Bleu, com dois acabamentos (fosco e brilhante). O carro também traz detalhes em alumínio escovado, enquanto o interior é bege. O motor tem os mesmos 1.001 cv, embora alguns boatos falassem em um salto para 1.400 cv.

2009 — Bugatti Veyron L’Edition Centenaire

Ainda comemorando seu centenário, a Bugatti apresentou no Concorso de Villa d’Este de 2009 uma edição limitada de quatro carros batizada de L’Edition Centenaire. Trata-se de uma homenagem às quatro grandes nações do automobilismo nos anos 20: França, Itália, Reino Unido e Alemanha. Os nomes dos carros eram homenagens a pilotos representativos de cada país — e todos eles, em algum momento da vida, tiveram um Bugatti: o francês Jean-Pierre Wimille (azul), o italiano Achille Varzi (vermelho), o britânico Malcolm Campbell (verde) e o alemão Hermann Zu Leinigen (bege).

2009 — Bugatti Veyron Grand Sport

De início, a Bugatti planejava encerrar o ciclo do Veyron após produzir 300 cupês. Contudo, em 2008, eles chegaram com isto no Concorso d’Eleganza Pebble Beach: o Bugatti Veyron Grand Sport. Em vez de novas cores, algo a menos: o teto. O Veyron agora era um roadster, com direito a teto transparente de policarbonato com acionamento automático. Com a perda do teto, vieram os reforços estruturais, o couro com maior resistência à umidade e um limitador de velocidade — com o teto guardado, o Veyron Grand Sport só consegue chegar aos 369 km/h. Quer passar dos 400 km/h? Acione o teto. Foram produzidas 150 unidades.

2009 — Bugatti Veyron Grand Sport Sang Bleu

Em 2010 o Grand Sport ganhou sua primeira edição limitada (inception?) O Grand Sport “Sangue Azul” trazia uma combinação exótica de fibra de carbono azul exposta e detalhes cromados. Fibra de carbono azul, cara! Só existe um exemplar.

2010 — Bugatti Veyron Grand Sport L’Or Blanc

“Ouro Branco” é o que significa o nome em francês desta edição limitada, que também é uma das mais interessantes. De acordo com a Bugatti, o Veyron L’Or Blarnc é o primeiro carro na história a usar componentes de porcelana no exterior e no interior. O material está nos centros das rodas, nas tampas dos bocais de combustível e óleo, no emblema “EB” na traseira e até no console central.

Além disso, a pintura foi feita usando a técnica dos artesãos alemães da KPM (Fábrica de Porcelana Real de Berlim), o que proporcionou um acabamento impecável — que dá a impressão de que o carro está refletindo as luzes do ambiente o tempo todo. A Bugatti até fez um vídeo documentando o processo de criação e execução do Veyron L’Or Blanc, do qual só existe um exemplar no mundo todo.

2010 — Bugatti Veyron Super Sport World Record Edition


Em 2010 a Bugatti decidiu garantir que ninguém tomaria seu título e apresentou ao mundo o Bugatti Veyron Super Sport — oficialmente, o carro mais veloz do mundo até hoje (o recorde do Hennessey Venom GT é real, porém não foi sancionado pelo Guinness). Os engenheiros da Bugatti não fizeram mágica alguma — só deram ao carro quatro turbocompressores maiores (e intercoolers idem). A potência do W16 de oito litros saltou para 1.200 cv a 6.400 rpm e 153 mkgf de torque entre 3.000 e 5.000 rpm — o bastante para ir de 0 a 100 km/h nos mesmos 2,46 segundos, porém com velocidade máxima de 431 km/h. Outras modificações foram feitas na suspensão, que recebeu novas barras estabilizadoras e amortecedores.

Agora, uma observação: esta velocidade só pode ser atingida pelos cinco Veyron Super Sport World Record Edition que, além da pintura preta com detalhes laranja, não têm limitador de velocidade. Os outros 25 exemplares são limitados a 415 km/h — o que não quer dizer que eles não possam ter suas próprias edições especiais…

2011 — Bugatti Veyron Super Sport Edition Merveilleux

Apesar do nome absurdamente francês, este carro está na China. Trata-se de um Super Sport, com verniz transparente sobre a carroceria de fibra de carbono e interior azul claro, que foi feito especialmente para um colecionador chinês conhecido como “Simon” — e isto é tudo o que se sabe sobre ele. Mas ele deve ser um cara importante, porque os funcionários da Bugatti até lhe fizeram um vídeo desejando um feliz aniversário de 40 anos.

2011 — Bugatti Veyron Grand Sport Middle East Edition


O maior mercado da Bugatti é, sem dúvida, o Oriente Médio. Sendo assim, em 2011 a Bugatti decidiu lançar uma série limitada do Grand Sport, chamada Middle East Edition. Foram três unidades — um verde, um azul e um amarelo. Este último, ao que consta, na cor favorita de Ettore Bugatti.

2011 — Bugatti Veyron Grand Sport Red Edition


Já deu para perceber que a Bugatti adora brincar com cores em suas edições especiais, mas nenhuma delas foi tão explicita quanto a Red Edition: apresentado no Salão de Frankfurt de 2011, o carro tinha carroceria vermelha, rodas vermelhas e interior preto… com detalhes vermelhos. Dizem que o carro foi levado a Frankfurt para ajudar nas vendas do Grand Sport — o Veyron “normal” e o Super Sport já estavam esgotados, mas ainda havia sobrado cerca de 100 Grand Sport.

2011 — Bugatti Veyron Grand Sport Bijan Pakzad


Em colaboração com o estilista iraniano Bijan Pakzad, a Bugatti apresentou em 2011 um Veyron Grand Sport cromo com detalhes amarelos — interior, rodas e capô, além de adesivos no capô e da assinatura de Bijan feita à mão sob os para-lamas traseiros. Bijan, contudo, não pode nem curtir sua criação — o estilista morreu em setembro daquele ano, vítima de um ataque cardíaco.

2012 — Bugatti Veyron Grand Sport Venet


Não é só a BMW que tem art cars: em 2012 a Bugatti lançou a série limitada Grand Sport Venet, com 17 unidades decoradas pelo escultor francês Bernar Venet. O tema escolhido pelo artista foram as fórmulas matemáticas usadas para calcular velocidade, potência e outros atributos de um superesportivo, aplicadas sobre uma pintura marrom e preta.

2013 — Bugatti Veyron Grand Sport Vitesse WRC


Em 2012 a Bugatti fez uma manobra simples, porém efetiva: colocou o motor de 1.200 cv do Veyron Super Sport no Grand Sport. Com ele, a Bugatti tomou para si o recorde de carro mais rápido do mundo ao atingir os 408 km/h (ainda que, em vias públicas, a velocidade fosse limitada a 375 km/h). Sendo assim, a marca logo tratou de dar ao Vitesse uma edição especial no ano seguinte: o Bugatti Veyron Grand Sport Vitesse WRC — que não tem nada a ver com rali, e significa World Record Car. Só oito unidades com pintura negra e detalhes laranja foram fabricadas.

2013-2014 — Bugatti Veyron Grand Sport Vitesse “Les Légendes de Bugatti”


No ano passado a Bugatti começou a dar pistas de que o Veyron está perto do fim de sua vida — e desta vez é para valer. Para encerrar o ciclo com toda a pompa, a marca francesa decidiu apresentar uma edição limitada de seis modelos (cada um deles com três exemplares produzidos) chamada Lés Légendes de Bugatti (ou “As Lendas da Bugatti”).




Novamente a ideia foi homenagear personalidades importantes para a história da marca. Cada um dos seis carros recebeu o nome de uma pessoa, e todos foram revelados ao longo dos últimos meses.

Ao todo, foram 18 carros, e o último deles foi dedicado ao fundador Ettore Bugatti (leia mais sobre ele aqui!). Os outros foram homenagens aos pilotos Jean-Pierre Willmille e Meo Constantini, a Jean e Rembrandt Bugatti (filho e irmão de Ettore, respectivamente) e até a um clássico da Bugatti — o Type 18, conhecido como Black Bess.

Esses detalhes não são dourados… são de ouro

2014 — Bugatti Veyron Grand Sport Vitesse “One of One”


Este é o mais recente — foi apresentado ontem em no Concorso d’Eleganza Pebble Beach, na Califórnia — e algo nos diz que também é um dos últimos Veyron especiais. Encomendado por um cliente em Singapura, o Grand Vitesse recebeu pintura “saia e blusa” amarelo-sobre-preto — combinação que já apareceu em modelos históricos da Bugatti, como o Type 55 Royale. Além das cores, o Veyron One of One traz, no padrão da grade frontal, as iniciais de seu dono: “PL” (clique na foto acima para ver).
O presidente da Bugatti, Wolfgang Dürheimer, diz que este carro representa exatamente a filosofia da companhia: “um Bugatti é comprado como item de colecionador. Isto significa que também damos suporte a nossos clientes na personalização de seu Bugatti da maneira como eles quiserem”.


Mas talvez esta avalanche de edições especiais seja, na verdade, uma referência à exclusividade dos Bugatti do início do século, que podiam ser personalizados seguindo quaisquer exigências de quem os encomendasse.
De qualquer forma, o reinado do Veyron está cada vez mais perto do fim. O chefe do departamento de design do Grupo Volkswagen, Walter de Silva, disse ao TopGear.com que o “próximo modelo” da Bugatti não será um sucessor para o Veyron, mas nós não temos tanta certeza assim — os executivos da VW já disseram que o Veyron terá um sucessor com mais de 1.200 cv e 150 mkgf de torque — e ele já foi até flagrado em testes.

Será que aa Bugatti vai virar o mundo dos superesportivos de pernas (ou rodas) para o ar novamente? E, mais importante, será que ele vai ter tantas edições especiais?

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