Seguidores

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Gol GTi: vinte anos de pura esportividade

Durante a década de 80 os brasileiros apaixonados por carro só tinham uma opção: admirar os bólidos europeus ou suspirar em alguns testes feitos no exterior por revistas especializadas. Isso viria a mudar na década seguinte, quando a injeção eletrônica se tornaria popular. O Gol GTi foi o pioneiro nesse quesito – e um dos maiores clássicos para viveu aqueles anos.

Foi no Salão do Automóvel de 1988 que os jovens encontraram um motivo a mais para babar sobre o papel. A versão top do já aclamado Gol era o nacional mais exclusivo de todos, e criou a partir daquele momento uma legião de donos famosos. Poucas coisas poderiam qualificar mais o cidadão do que “aquele cara ali tem um GTi…”



Era e ainda é de se impressionar com o hatch e sua única configuração de cores – Azul Mônaco com para-choques e molduras laterais pintados de cinza – desfilando pelas revistas da época.
 É interessante notar que na versão seguinte, um pouco mais quadrada, a marca ampliou as opções de cores (incluindo o Amarelo Sunny), mas o primeiro GTi é único, a meu ver.

Vale lembrar que a preocupação das empresas era a de atender aos anseios de um público interessado em esportivos, e que aceitava pagar bem mais por algo que se destacava em meio à simplicidade local. A começar pelas rodas de 14 polegadas, chamadas de pingo d`água, exclusivas da versão. A antena no teto e a saída dupla do escapamento Kadron são outras marcas registradas. Um belo som sem alarde











Mas é abrindo a porta que se nota o capricho no acabamento, com especial atenção para os bancos esportivos Recaro, com várias regulagens e excelente apoio lateral. O volante revestido em couro ressalta seu verdadeiro espírito, assim como o painel de instrumentos com grafismo vermelho (que marca até os 240 km/h) e a manopla de câmbio. E falando em nostalgia, o clássico toca-fitas se destaca no painel, com direito a compartimento para três K7s.

Afivelei o cinto e dei partida. A posição de pilotar, dirigir permite uma boa visibilidade, mesmo com o aerofólio na traseira. O câmbio tem engates precisos e macios – aliás, um diferencial da marca alemã até hoje – e o peso total de 950 kg faz com que as arrancadas sejam feitas com agilidade.

O motor, principal diferencial, tem 2,0 litros e 120 cv, com 18,3 kgfm de torque. Em seu lançamento, a revista Quatro Rodas fez as medições de 0 a 100 em 10,8 segundos. Num segundo teste, o número caiu para 10,04 segundos – tempo comparável ao dos hatches 2.0 de hoje, mais de vinte anos depois, e que tornou o GTi o automóvel brasileiro mais rápido da época. E acredito que esse tempo iria baixar um pouco em uma aferição com a tecnologia atual.

A velocidade final chegava aos 175 km/h, bastante prejudicada pelo formato caixote pouquíssimo aerodinâmico daquela geração do Gol.

Ele também foi o primeiro modelo da Volkswagen a empregar discos de freio ventilados na dianteira. A suspensão com McPherson na frente e eixo de torção atrás tem ajuste firme, e dá conta do recado.

Para quem acompanhou sua trajetória desde o começo, esse passeio teve um gostinho mais do que especial. Vida longa ao clássico GTi!

Nenhum comentário:

Postar um comentário