As 492 unidades da Stradale, a versão de rua, só foram feitas a partir de 1972 por uma questão de homologação para competir na categoria de carros de produção em série, a Grupo 4. A Stradale usava uma versão mais mansa do V6 2.4 de tripla carburação da Ferrari Dino – mas os seus 193 cv a musicais 7.000 rpm eram suficientes para empurrar este canhão de bolso aos 100 km/h em menos de cinco segundos! Os carros de corrida rendiam entre 285 cv (aspirado) e quase 500 cv (turbinado)!
Não havia Ferrari ou Porsche de rua que pudesse competir com isso – especialmente se o motor fosse preparado, caso da maioria dos Stratos de rua. Anote mais essa: sua suspensão era completamente ajustável, inclusive nas cargas de mola e amortecedor. Um míssil de graxa…
Mas nem tudo eram rosas: o entre-eixos de ridículos 2,18 era necessário para que o Stratos dobrasse em alta velocidade grampos e trechos sinuosos nas estreitas pistas de rali. Só que isso também deixava o Lancia extremamente arisco: era muito fácil rodar com ele, fosse nas entradas, passos ou saídas de curva. Entenda as razões técnicas disso neste post.
Como todo carro de motor central-traseiro feito entre as décadas de 60 e 80, os pedais do Stratos ficavam bem deslocados para a direita. Isto porque a caixa de roda dianteira fica bem na linha dos pés – melhor não pensar muito nas consequências de uma batida frontal mais forte. Hoje os carros estão maiores, então em uma Ferrari 458 Italia, por exemplo, os pedais ficam alinhados com o banco.
Não que fôssemos nos importar em pilotar um carro com os pés tortos, entre-eixos de Bobcat e carroceria tão segura quanto uma armadura de vidro. Na verdade, é o que mais gostaríamos de fazer.
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