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segunda-feira, 6 de abril de 2015

Freemont e Journey no jogo das sete diferenças


Familiares Fiat e Dodge quase idênticos. Colocamos os dois lado a lado para ver (e avaliar)



Irmãos, Dodge Journey e Fiat Freemont têm suas principais (e poucas) diferenças visuais na dianteiraEles são o mesmo carro, só que não são. Dodge Journey e Fiat Freemont dividem a mesma plataforma, a mesma linha de montagem, o mesmo projeto... Dividem quase tudo, mas ainda assim, não são o mesmo carro. O modelo americano já era vendido aqui desde 2008, mas pouco depois a Chrysler (dona da marca) quase faliu e foi salva pelo grupo italiano. Assim a Fiat recebeu o direito de trabalhar as plataformas e carros da parceira. O resultado foi a transformação do Journey em Freemont para a Europa ano passado. Mas por aqui, os dois convivem no mercado. Para esclarecer essa confusão, colocamos os dois modelos lado a lado para um jogo dos sete erros, ou melhor, das sete diferenças.


1 - Visual

Dependendo da situação, Journey e Freemont podem ser facilmente confundidos nas ruas. Então como saber se aquele carrão imponente para até sete ocupantes tem selo da Fiat ou da Chrysler? A dianteira traz a principal maneira de diferenciar: a grade do modelo americano segue o clássico estilo Dodge, com a cruz negra e cromada. A Fiat adotou em sua versão apenas um filete horizontal cromado que não combina muito com o estilo geral do modelo. A grade em colmeia bem marcada sugere um toque de agressividade que fica mais evidenciado no modelo da Dodge.

Cromados nas maçanetas e bagageiro são de série no JourneyNas laterais e traseira, o trabalho de diferenciação fica mais complicado. Ambos mantém o estilo de linhas marcantes, que deixam os modelos com aspecto “cúbico”, sem parecer antiquado. É um projeto imponente, mas que não perde o clima familiar. A maior diferença entre os irmãos está mesmo no posicionamento de seus nomes na porta traseira. Enquanto a Fiat colocou o nome Freemont sob a placa em letras grandes, a Dodge preferiu destacar a marca da mesma maneira, mas na parte superior. O que isso significa? Absolutamente nada, mas abrir a porta traseira de ambos o acesso ao porta-malas de 989 litros (291 com a terceira fileira de bancos levantada) é muito prático em ambos.

Dodge Journey traz rodas de 17" no modelo SXT e de 19" no R/T (foto), desenho é diferencial

2 - Acabamento

As diferenças aqui são sutis e vão depender de duas coisas importantes: da atenção e da versão escolhida. OJourney é oferecido em duas opções, SXT ou R/T, mas a principal diferença entre elas são as rodas (17” na primeira e 19” na segunda) e os detalhes cromados nas maçanetas e nos trilhos do rack de teto. De série, ele já conta com bancos de couro (nas cores preta ou preta e bege).

No caso do Freemont, os bancos são de tecido na versão de entrada Emotion. Para trocá-lo pelo acabamento em couro preto ou bege, é preciso partir para a versão Precision. Ainda assim, ao contrário do Dodge, os bancos ainda não terão aquecimento eletrônico. O que nos leva à terceira diferença.


Rodas do Freemont são de 17" na versão Precision (foto) e de 16" na Emotion

3 - Acessórios

Os bancos aquecidos são disponíveis no Freemont como um opcional de R$ 2.233 para a versão Precision, enquanto são itens de série no Journey. Neste último, aliás, são poucos os itens extras oferecidos: além das rodas de 19” (as de série são de 17") e dos detalhes cromados já citados, há ainda o sistema de áudio de 6 alto-falantes com subwoofer e o teto solar elétrico – todos referentes à versão R/T do modelo.

Já o Freemont parte bem mais básico e oferece entre seus itens extras o rack de teto, os bancos de couro e o teto solar. Nada de detalhes cromados para quem quiser o familiar da Fiat, mesmo na opção mais cara. O diferencial ajuda a Chrysler a posicionar o seu modelo como um mais sofisticado, com mais “cara de importado” do que o primo mais barato.


Interiores têm acabamentos praticamente idênticos e conforto é garantido (na foto: Freemont)

4 - Nomes

Os dois modelos têm nomes em inglês, embora sejam fabricados no México. Journey significa, literalmente, jornada. Já Freemont não significa nada, mas pode fazer referência a Fremont, nome próprio utilizado por várias cidades dos EUA – a mais notória localizada na Califórnia. Não que isso vá pesar na decisão de compra...

Ambos os modelos têm partida por botão e volante com controle de funções (na foto: Journey)

5 - Motor

Mas há aqueles detalhes que você não vê e fazem toda a diferença. Nesta dupla, isso não poderia ser mais verdade. O Journey mostra toda a sua força assim que você liga o carro e pisa no acelerador. É o trabalho feito pelo motor Pentastar 3.6 V6 24V, que foi trazido para o modelo nesta nova geração. O propulsor foi desenvolvido pela Chrysler para atender às novas exigências de consumo e emissões dos EUA, sem abrir mão do desempenho necessário para carregar um modelo familiar deste porte. São 280 cv disponíveis a 6.350 rpm e 34,6 kgfm de torque a 4.350 rpm.

Já o pai (ou a mãe) de família que encher o Freemont e esperar toda essa força nas acelerações vai ficar um pouco decepcionado. O motor 2.4 16V oferecido pela Fiat não parece não dar muita conta nem dos 1.809 kg do carro vazio, imagina com ele cheio. O propulsor desenvolve 172 cavalos a 6.000, com torque de 22,4 kgfm a 4.500 rpm.

O câmbio também divide bem esses parentes: a alavanca do Journey comanda um sistema de seis marchas, enquanto o Freemont conta apenas com quatro. Ambos permitem trocas manuais por botões posicionados no volante, assim como pela alavanca. Mas só no Journey fazer isso é divertido.


3.6 do Journey tem economia acima do esperado (fez 10 km/l em média); Freemont ficou na mesma faixa

6 - Dirigibilidade

Mas um familiar precisa ser divertido? Para os ocupantes, com certeza. Especialmente nas viagens mais longas. Isso não quer dizer que o motorista precise abrir mão de algo para se entreter também.

A Chrysler resolveu bem isso com a nova combinação de motor e câmbio, que tornou as acelerações e as trocas de marchas muito mais suaves. Isso não ocorre com o Freemont que, embora não apresente “engasgos” tão fortes nas trocas, parece sempre fazer um grande esforço quando uma retomada de velocidade é necessária. O acerto de suspensão (independente na dianteira e na traseira em ambos os modelos) também parece estar melhor aplicado no Dodge, o que permite trocas rápidas de faixa sem deixar os ocupantes com sensação de estarem em um microônibus. Tudo isso transforma o Journey em um jipão disfarçado de familiar.


Detalhes vermelhos dos mostradores, típicos da Dodge, também estão no Fiat; Tela multimídia é a mesma para ambos (o Jorney fotografado trazia a tela menor por problemas de distribuição das primeiras unidades 2012)

7 - Preço

Mas e na hora de fechar a compra? Então todas as diferenças parecem fazer mais sentido. O Fiat Freemont é vendido a partir de R$ 82.470 (Emotion), com a opção mais interessante por R$ 87.290 (Precision). Enquanto isso, o Dodge Journey só sai da concessionária a partir de R$ 109.900 (SXT), com o modelo top oferecido por R$ 119.900 (R/T). Ou seja, as sete diferenças discutidas nesta avaliação somam um total de R$ 30 mil – ou cerca de R$ 4.280 para cada uma. Então, mesmo com motor mais fraco, o Freemont leva a melhor na ponta do lápis. A não ser que você seja uma pessoa que se apega muito a detalhes.


Fichas técnicas

Preço inicial R$ 109.900 R$ 82.470

Motor Dianteiro, transversal, 6 cilindros em V, 24 válvulas, comando simples, injeção eletrônica, gasolina

Dianteiro, transversal, quatro cilindros em linha, 16 válvulas, comando simples, injeção eletrônica, gasolina
Cilindrada 3.604 cm³ 2.360 cm³

Potência 280 cv a 6.350 rpm 172 cv a 6.000 rpm

Torque 34,6 kgfm a 4.350 rpm 22,4 kgfm a 4.500 rpm

Transmissão Automática de seis velocidades Automática de quatro velocidades

Dimensões 4,88 m (comprimento); 1,87 m (largura); 1,74 m (altura); 2.89 m (entre-eixos) 4,88 m

(comprimento); 1,87 m (largura); 1,74 m (altura); 2.89 m (entre-eixos)

Freios Discos na frente e atrás; ABS Discos na frente e atrás; ABS

Suspensão Independente na dianteira e na traseira Independente na dianteira e na traseira

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