Após duas seqüências muito interessantes, chegamos à terceira parte da nossa história. Vale lembrar que na primeira falei sobre os futuros clássicos da década de 80 e na segunda mergulhamos de cabeça nos saudosos anos 90, época na qual a concorrência era brava entre as marcas. Agora é a vez dos esportivos mais recentes – alguns infelizmente já falecidos.
No século 21 as opções diminuíram drasticamente. Entre os importados vou citar só duas opções: o Audi S3 com 225 cv e tração integral e o Polo GTI, de 150 cavalos e vendido em lotes bem limitados e caros. Esse, a meu ver, foi um grande erro da marca, já que caso tivesse adotado o mesmo tempero do A3, teria 30 cv a mais, configurando uma opção mais interessante.
Voltando ao nosso mercado, tivemos um carro interessante. O Gol 1.0 16V Turbo, apesar do motor de 1,0 litro, disponibilizava 112 cv brutos e não fazia feio quando o assunto era performance. A velocidade máxima era de 195 km/h – menos que o GTI 16V anterior, mas ainda assim bastante respeitável para a época.
O Golf GTI, em sua última versão “mutante”, que transformava os 180 cv em 193 cv também merece um parágrafo. Quando abastecido com gasolina de alta octanagem, botava no asfalto os cavalos que estavam adormecidos. Tudo isso graças à tecnologia e remapeamento da injeção eletrônica.
O comportamento do Volkswagen foi elogiado em uma avaliação da Revista Quatro Rodas. No comparativo a versão saiu como a mais divertida para guiar esportivamente. Câmbio, acabamento e comportamento dinâmico continuavam de ótima qualidade. O que pesava contra o modelo é o fato de estar anos-luz atrás do europeu, pelo menos duas gerações. No começo de 2009, sua linha de produção foi encerrada.
A Fiat fez jus à sua história de modelos Turbo e lançou o Punto T-Jet em 2009, na esteira do fim do Stilo Abarth. O carro – que continua firme e forte no catálogo – é equipado por um motor de 1,4 litro turbo, entregando 152 cv brutos. Nada mal, especialmente pelo fato de seguir a nova tendência mundial de blocos pequenos com grandes resultados.
O modelo traz câmbio de engates curtos, molas mais firmes e bom comportamento dinâmico. O destaque das turbinas de hoje é a diminuição do turbo lag, melhorando as respostas em baixas rotações. Com números de desempenho mais modestos que seus concorrentes de então (Golf GTI e Civic SI), o Punto por outro lado sempre foi bem mais barato.
A Honda, embalada pelo impacto do New Civic na metade da década, botou no mercado o melhor esportivo nacional da atualidade: o Civic Si. Aspirado e com fome de asfalto, o sedã vem equipado com rodas de 17 polegadas, transmissão manual de seis velocidades e um comportamento dinâmico bem ágil e direto.
O maior predicado, porém, está debaixo do capô. O motor i-VTEC tem 1.998 cm³ de cilindrada e 192 cv brutos a 7.800 rpm. Em outras palavras, uma maravilha pra quem gosta de pisar fundo e sentir a cavalaria sobrando debaixo do pé direito em altas rotações, quando o setup mais bravo do comando de válvulas entra em ação.
Mas como nada que é bom dura muito no Brasil, o Civic Si nacional não terá continuidade na linha 2012.
E por falar em risco de extinção, um fora-de-série se destaca nesse e em outros quesitos. É o Lobini H1. O pequeno esportivo, que chegou ao mercado em 2005 e foi inicialmente pensado como uma barchetta (pouca gente sabe desse detalhe), se tornou um targa e traz a mecânica Audi / VW turbinada, com 180 cv brutos.
Ele sempre dividiu opiniões, principalmente em relação ao seu custo-benefício, tanto que a fábrica ficou doze meses sem produzir sequer uma unidade. Mas no ano passado estive por lá e pude conferir que o trabalho voltou a todo vapor. Uma série especial foi lançada discretamente a alguns mêses, com nada menos que 220 cv brutos. O modelo consegue aliar baixo peso com cavalos bem treinados e se destaca pelo desempenho apurado: 0 a 100 em 6 segundos e velocidade máxima de 230 km/h, segundo a fábrica.
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