Seguidores
sexta-feira, 26 de julho de 2013
O supercarro esquecido da Audi que nunca foi construído
Os carros da Auto Union que disputavam os Grandes Prêmios na década de 1930 estão entre os maiores que o mundo já viu. Mas poucos sabem da história do automóvel de rua que compartilhava a tecnologia automotiva com essas incríveis máquinas. Seu nome era “Type 52” e por pouco não se tornou o primeiro supercarro moderno.
No começo da década de 1930, anos antes de começar sua própria empresa, Ferdinand Porsche fundou a empresa de automobilismo Hochleistungs Motor (motores de alta eficiência) com o sócio e ex-piloto Adolf Rosenberger. Sem nenhuma parceria com outra empresa, os dois decidiram construir um carro para os GPs. O resultado, cujo motor V16 com supercharger ficava atrás do assento do piloto, seria a materialização de tudo o que aprenderam sobre carros de corrida. A incrível máquina seria seu cartão de visita.
Mais ou menos na mesma época, os fabricantes alemães Audi, DKW, Horch e Wanderer se uniram sob uma marca – Auto Union GmbH. A triangulação para as pistas ficaria completa em 1933, quando Adolf Hitler anuncia um programa de automobilismo patrocinado pelo estado. Ciente dos planos que a empresa de Porsche havia definido, a Auto Union se inscreveu com a Mercedes-Benz, e cada uma ganhou um apoio financeiro do governo para competir no desenvolvimento do melhor carro de corrida do mundo. A Auto Union comprou a Hochleistungs Motor de Porsche e partiu para o asfalto.
Você conhece o resultado: os carros da Auto Union venceram 25 corridas entre 1935 e 1937, consagrando nomes como Nuvolari, Rosemeyer e Stuck. Mas antes mesmo de começar a vencer, Porsche (que simultaneamente trabalhava no “carro do povo” de Hitler) e o engenheiro chefe Karl Rabe já tinham considerado utilizar os princípios dos carros de corrida então em desenvolvimento para um modelo superesportivo que pudesse ser comprado e usado em vias públicas.
E assim, Porsche e Erwin Komenda (que mais tarde projetaria o primeiro esportivo da Porsche – o356) traçaram os primeiros planos para um carro de rua, chamado nos esboços de “Type 52”. Sua força viria do V16 4.4 usado no Auto Union Type A, ajustado para 200 cavalos (dos 295 originais). O piloto motorista se sentaria ao centro (assim como no McLaren F1 lançado mais de 60 anos depois), com um banco para passageiro em cada um de seus lados. A velocidade máxima seria de 200 km/h (em quinta marcha), e o aerodinâmico Type 52 faria de 0 a 100 km/h em cerca de 8,5 segundos – um número inédito para a época.
O site IEDEI encontrou recentemente alguns dos primeiros esboços, que já foram tema de um artigo na revista Classic and Sportscar em 1994.
O traço de Komenda era do mais puro futurismo aerodinâmico, o estilo dominante na década de 1930. Foi fortemente influenciado, assim como os carros dos Grandes Prêmios, pelos avanços da aviação. Mas diferentes de outros carros da época, não acomodaria cavalheiros com cartola.
Não está claro porque o projeto foi cancelado. A única evidência que o programa (se é que ele pode ser assim chamado) existiu são os poucos desenhos e planos encontrados no Arquivo Porsche. Mas apesar de nunca ter sido construído, o Type 52 pode ser considerado o avô do Porsche 911 e Audi R8, sem contar os reis do “banco central”, a McLaren F1 e a Ferrari 365P Guida Centrale.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário