Criado pela AutoVAZ, empresa que surgiu em 1966 por meio de uma parceria com a Fiat para produzir carros populares, o Lada Niva nasceu em 1977 na União Soviética. Surgiram os Ladas 1200, 1300 e 1500, que rapidamente se espalharam pelas cidades. Mas o território da URSS era enorme, e grande parte dele formado por regiões inóspitas e que necessitavam de um carro mais robusto. Foi aí que nasceu o projeto do jipe Niva. Era o primeiro modelo desenvolvimento totalmente pela marca, ao contrário dos anteriores que usavam a plataforma do Fiat 124.
Inicialmente, o projeto que começou em 1971 (chamado de UAZ2121) daria origem a um jipão utilitário, mas a marca queria um veículo que pudesse ser mais versátil: além do uso off-road, também levar a família. A partir daí, o desenvolvimento tomou o rumo que deu origem ao modelo como conhecemos hoje. Decidiu-se por um modelo fechado e equipado com motor 1.6.
Entre as qualidades, além da tração integral, estava o diferencial central, um sistema avançado na época e usado somente pelos modelos da inglesa Land Rover. Fora isso, era um dos primeiros fora-de-estrada a utilizar carroceria monobloco. Compacto, o jipe media 3,72 metros de comprimento e tinha 2,20 m de entre-eixos. Utilizava rodas de aço aro 16″, pesava 1.190 kg e tinha capacidade de carga de 360 kg.
O motor 1.6 trazia carburação dupla, gerando potência de 72 cv e 12,8 kgfm de torque máximo, associado a um câmbio manual de quatro marchas. O consumo médio era de 12 km/l, número muito bom para um utilitário da época.
O chamado “Land Rover russo”, ficou pronto em 1976 e começou a ser produzido em 1977. Foi apresentado ao mercado europeu no Salão de Paris de 1978. Nos anos 1980, o modelo se consolidaria em diversos mercados mundiais, mas a evolução era lenta e o Niva só ganharia câmbio de cinco marchas em 1985.
Com a dissolução da União Soviética e uma maior integração com o ocidente, a falta de inovações do jipe da década de 1970 ficava mais evidente. Apesar de robusto, o Niva tinha seus pontos fracos: componentes internos frágeis, volante muito fino e trilhos que não prendiam bem os bancos.
As mudanças chegaram em 1995: o Niva ganhou um novo painel, nova tampa traseira (que descia até o para-choque) e lanternas verticais – logo depois as portas perderiam os defasados quebra-ventos. O 4×4 da Lada também recebeu um motor inédito, de 1.7 litro que rendia 81 cv e 12,9 kgfm de torque, projetado pela própria marca.
Ainda em meados da década de 1990, foi lançada uma versão estendida (2131), com quatro portas e entre-eixos de 2,70 metros. Nos anos seguintes, o Niva ganhou mais opções de motores na Europa, inclusive uma a diesel, e pouco a pouco a injeção eletrônica ia substituindo o velho carburador.
No início dos anos 2000, o utilitário estreava direção hidráulica e injeção eletrônica mais moderna, da Bosch. Em 2009, a marca afirma ter feito mais de 250 modificações no modelo, com destaque para ajustes na suspensão, freios, embreagem e bancos mais modernos, entre outras alterações. O estilo, porém, se mantinha praticamente o mesmo que consagrou o modelo ao longo dos anos.
Nessa época, a rivalidade da guerra fria estava ficando para trás e a AutoVAZ passava a trabalhava em um novo projeto, feito em parceria com a alemã Opel. Lançado em 2002 com o nome de Chevrolet Niva (acima), o novo utilitário não aposentava o velho Niva, com o qual passou a conviver no mercado.
No Brasil
Assim que o então presidente Fernando Collor acabou com a reserva de mercado para automóveis, em 1990, a primeira marca estrangeira a chegar ao Brasil foi a Lada.
Depois de um jejum de cerca de 20 anos vivendo com a proibição total de importações, o brasileiro via com bons olhos o jipe russo, que era robusto e vinha com tração integral permanente. Até então, o que tínhamos eram os jipes como Toyota Bandeirante e os nacionais da Gurgel, que saíram do mercado pouco tempo depois com a falência da empresa.
Importado da Rússia a partir de 1991, o Niva chegava ao Brasil com motor 1.6 de 70 cv. Chegou primeiro na versão 4×4 e logo depois na versão CD, que era mais completa e trazia volante esportivo e caixa desmultiplicada Gemmer. O jipe também ganhou a versão Pantanal, modificada pela própria marca aqui mesmo e que trazia quebra-mato, bagageiro de teto, frisos laterais e guincho Warn. A primeira ficou no mercado até 1995, e as duas seguintes foram descontinuadas um pouco antes, em 1994. A versão reestilizada na Europa, de 1995, veio em poucas unidades na versão RC (Road Cruiser).
Entre as razões para o encerramento das atividades da Lada no Brasil estão a alteração na cobrança de imposto de importação, problemas de qualidade na montagem, tropicalização e adaptação ao nosso combustível, além da forte concorrência de outras marcas, com produtos mais modernos. Havia também problemas de reposição de peças e estoques.
Assim, a partir de 1995, a Lada foi gradativamente saindo do mercado nacional. Mesmo após a saída da marca, algumas unidades do Niva foram importadas entre 1997 e 1998. Devido às suas características únicas, o jipe russo conquistou uma legião de fãs. Não é exagero afirmar que se trata de um dos automóveis mais importantes já feitos na Rússia.
Fabricado até hoje em sua terra natal, atualmente o modelo é chamado de Lada 4×4 e segue firme no mercado russo. Na Europa não há mais espaço para o modelo, que embora possua muitas qualidades e tenha sanado seus problemas ao longo de sua trajetória, não preza pela segurança ao não oferecer freios ABS, airbags ou controle de estabilidade.
Eu tenho um Niva 95 como eu Fasso pra comprar lanternas traseira sou do RJ cabo frio
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