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sábado, 10 de janeiro de 2015

BUICK 1941 - MARAVILHOSOS EXAGEROS


Propaganda do Buick 1941 no Brasil
Os Buick Sedan nunca foram capazes de competir em vendas contra os sedans das marcas Ford, Chevrolet e Plymouth, pois estes possuíam preço mais baixo. Mas neste ano a classe média americana apostou neste carro e mais de 350.000 foram vendidos nos limiares da Segunda Guerra Mundial.

O motorzão V8 tinha potencia para levar seis pessoas com conforto e tranquilidade. A linha 1941 Buick incluiu diversas melhorias de desempenho como a ideia de montar dois carburados em linha. Estes eram conectados por uma articulação progressiva, que permitia que um trabalhasse continuamente e o outro entrasse em ação apenas nas altas acelerações.


Modelo preservado na Alemanha
Afirma-se que com a saída dos militares norte americanos da grande base aérea de “Parnamirim Field”, eles deixaram alguns destes carros de primeira qualidade para serem vendidos por baixo preço. A maioria eram vendidos com a cor verde oliva e tinham uma estrela branca na porta.


Após visitar a coleção de Og Pozzoli, mostrada pelo Paulo Keller em seu post, vários carros ficam em nossa cabeça, clamando para que busquemos mais informações.

Um dos que mais me chamou atenção foi o enorme Buick Century de 1941, preto e dourado, cujo modelo de carroceria duas portas é chamado de Sedanet ou Sedanette, de 6 lugares, ao passo que o habitual sedan, como estamos acostumados a falar, é o de quatro portas. O carro é esse da foto abaixo.



Pesquisando mais, encontramos que o modelo é o 66S, da série 60 Century. Como este de Og Pozzoli, foram feitos apenas 5.547 unidades, dos 374.196 veículos produzidos pelas fábricas Buick nesse ano.

Essa carroceria, com entre-eixos de 126 polegadas (3,20 m), e peso em ordem de marcha de 1.885 kg, é bastante impressionante, apesar de nem ser tão pesado assim, se compararmos com um SUV qualquer dos dias de hoje, e mesmo alguns sedãs grandes.

O motor é uma atração a parte, enorme, oito cilindros em linha, de 5,247 litros, dois carburadores, montagem chamada de Compound Carburetion, que funcionavam de forma progressiva, com o segundo sendo acionado apenas com o acelerador em fim de curso.

Com embreagem, pesava próximo de 400 kg, e entregava 165 hp a 3.800 rpm, com 38,4 kgfm de torque a 2.200 rpm, taxa de compressão de 7 para 1. Era o motor mais potente fabricado por uma empresa americana, neste ano.

Na terceira marcha direta, 1:1, alcançava pouco mais de 105 mph, uns 168 km/h no plano. Com as variações normais de produção, onde alguns carros sempre saíam melhores do que outros (como ocorre hoje), havia exemplares que chegavam bem próximo dos 200 km/h, em condições favoráveis. Era um canhão, acelerando dos 8 até os 96,5 km/h em 11,8 segundos. Tudo muito impressionante naquela época pré-guerra para os americanos.

Custava US$ 1.241 quando novo, e hoje valem muito mais, pela raridade principalmente, mas também pelo que representaram na época.



O mais curioso e desproporcional para nossa realidade de hoje é mesmo o motor, chamado deFireball. Vejam na foto abaixo, um virabrequim deste ao lado de um cabeçote de motor Chevrolet V-8 small block. Mal dá para acreditar que é uma peça de um motor de carro, não de caminhão.


Ha uma lista de todos os modelos da linha 1941 da Buick, composta por seis séries com cinco entreeixos diferentes, para um total de 26 modelos.

Fora as variações de cores, que eram 25 e mais 8 de dois tons (sem custo extra !), além de diferenças de acabamentos internos e externos.

Essas cores podem ser vistas, para absoluto deleite de quem se entedia com o quase universal preto e prata que somos bombardeados a todo instante, e arrepios de quem trabalha em fábrica de carros, onde impera o mais profundo desejo de fazer tudo da forma mais simples e com as menores variações possíveis.

Há um site sobre restauração de um Century 1941 Sedanet. Vale a pena ver os detalhes da reforma do motor. O trabalho aparenta estar parado há um bom tempo, mas mesmo assim, as informações são interessantes para quem, como eu, sente necessidade de saber mais sobre carros que não conhecíamos, e de repente, se tornam uma imagem recorrente, após termos ficado frente a frente com eles.

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