Essa é a Amazona, lançada em 1959, antecessora da Veraneio |
Este é o clássico volante da Amazona |
Com 75 anos de história, a Chevrolet Suburban americana é o carro há mais tempo em produção no mundo. Embora pouco conhecida no Brasil, ela chegou a ter uma versão nacional, que seria a antecessora da Veraneio. Lançada no fim de 1959, a Amazona (sem “s”, o feminino de cavaleiro) derivava da 3100, conhecida como Chevrolet Brasil, a picape que marcou a nacionalização dos produtos da General Motors, com diferenças em relação ao modelo americano.
Um dos diretores do Chevrolet Clube do Brasil de Carros Antigos, o colecionador Jerônimo Ardito afirma que a Brasil era derivada da terceira geração americana, que durou até 1954, mas com a cabine e os para-lamas parecidos com os da 3100 “Martha Rocha” de 1955. É dessa receita nacional que deriva a Amazona, feita para as demandas do campo, como a Brasil, mas da cidade também. Pelo vocabulário da época, era uma camioneta ou camionete.
Com três filas de bancos revestidos de plástico, levava oito pessoas ou, sem os bancos de trás, até 650 kg de carga. Só o lado do passageiro dava acesso aos assentos traseiros, por uma terceira porta. A tampa do porta-malas abria da linha da cintura para baixo como na maioria das picapes.
Na linha 1963, os faróis simples foram trocados por duplos e os elementos em V que pareciam formar duas asas sobre a grade deram lugar a uma barra que incluía os piscas nas pontas. A mecânica era velha conhecida entre os Chevrolet, um motor de seis cilindros em linha com 142 cv com câmbio manual de três velocidades. A Amazona ainda foi o primeiro modelo da GM testado pela revista, em maio de 1963, e o primeiro derivado de picape avaliado por ela – antes de um teste com picape. Na reportagem foram registradas queixas como a trepidação do volante, grande oscilação em estradas de terra, freio de mão acionado mesmo com a alavanca abaixada, pintura dos paralamas traseiros que não resistia tão bem às pedrinhas lançadas pelas rodas da frente, borracha da tampa traseira deslocada, qualidade das fechaduras, dureza da abertura das janelas e infi ltrações de água e pó.
O espaço e o acabamento dos assentos, com ajustes de seis posições longitudinais, agradavam. A partida era feita por um botão junto ao acelerador. Mesmo sem assistência hidráulica, era fácil manobrar a perua. “Não obstante as proporções da Amazona, a direção é leve: tem-se a impressão de que se conduz um veículo de passeio”, que ainda considerava seu consumo muito razoável e a aceleração boa, “graças à excelência do motor e da transmissão”. No estojo de ferramentas vinha até uma prática bomba para enchimento dos pneus. Opcional atraente era a tração positiva, sistema de diferencial autoblocante.
A caminhoneta da foto é de Sorocaba (SP). Foi de um único dono. “Apesar de rusticidade, ela deu bastante trabalho na funilaria e pintura por causa do tamanho”, diz o dono atual. As bordas do teto estavam podres. Pelo menos, a mecânica é bem conhecida. Até 1963, foram produzidas 2 626 Amazona. Em 1964, a C-1416, mais tarde chamada de Veraneio, tirou o modelo de linha, mas manteve aqui por mais 30 anos uma linhagem que hoje prossegue com a recordista Suburban.
Aceleração de 0 a 100 km/h
21,1 s (com 200 kg) e 24,2 s (com 650 kg)
Velocidade máxima
138 km/h
Frenagem 80 km/h a 0
27,7 metros
Consumo
5,1 km/l (urbano) e 6,4 km/l (estrada)
PREÇO
ABRIL DE 1963
Cr$ 2979000
ATUALIZADO
R$ 36 167 (IPC-SP/FIPE)
R$ 126 177 (IGP-DI/FGV)
Motor: dianteiro, longitudinal, 6 cilindros em linha, carburação simples, comando de válvulas no bloco, a gasolina
Cilindrada: 4278 cm³
Diâmetro x curso: 95,25 x 100 mm
Taxa de compressão: 7,3:1
Potência: 142 cv
Torque: 31,7 mkgf
Câmbio: manual de 3 marchas, tração traseira
Dimensões: comprimento, 513 cm; largura, 210 cm; altura, 196 cm; entreeixos, 305 cm
Peso: 1 850 kg
Peso/potência: eixo rígido e molas semielípticas nas 4 rodas
Freios: a tambor
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